sábado, 28 de fevereiro de 2015

QUARESMA 2015



VIVER A QUARESMA (28/2/2015)
            A Quaresma é tempo de reflexão, de esperança, de sustentar nossos arrependimentos e servir a necessidade do próximo. É tempo de permitirmos crer em uma manhã luminosa, em um amanhecer de verdade, amor e alegría. É tempo de cumprir com um encontro interior, olharmos os nossos erros, silenciar as tristezas e falarmos em acertos. É tempo de crer no caminho que nos leva a nos entregar intensamente ao amor de Jesus.

QUARESMA
·         Escuta da Palavra de Deus
·         Conversão em nível pessoal, comunitário e social (convivência social)
·         Oração, jejum e esmola (solidariedade)

QUARESMA
·         Consciência da Vida Nova
·         Aprofundamento da vivência do Evangelho
·         Construção da civilização do amor (direito de cidadania)
·         Vivência da Fraternidade
QUARESMA É NOSSO DESERTO, LEMBRANDO:
·         40 anos de caminhada do povo hebreu pelo deserto;
·         40 dias que Moisés passou na montanha;
·         40 dias da caminhada de Elias para chegar à montanha do Senhor;
·         40 dias de Jesus no deserto

QUARESMA é um tempo de "rever a vida" e abandonar o pecado (orgulho, vaidade, arrogância, prepotência, ganância, gula, ira, inveja, preguiça, mentira...

Santo Agostinho dizia que "o pecador não suporta nem a si mesmo", e que "os teus pecados são a tua tristeza; deixa que a santidade seja a tua alegria”.    
“Reconciliai-vos com Deus!" (2 Cor 5, 20);
Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação." (2 Cor 6, 1-2)

“Fomos criados para ser amigos de Deus, mas o pecado quebrou esta relação de confiança e de amor e, como consequência, a humanidade é incapaz de realizar sua vocação originária”.  (Bento XVI)
“Cada um, de acordo com as circunstâncias, deixam outros interesses de lado, para preparar e participar de uma festa inesquecível.” (Bento XVI)

Mais do que simples preparação para a Páscoa, a Quaresma é tempo de grande convocação para que toda a Igreja se deixe “purificar do velho fermento para ser uma massa nova, levedada pela verdade”. (cf. 1 Cor 5,7-8).

A Quaresma nos chama à reconciliação, à mudança de vida, a assumir a busca da humanidade inteira por libertação, justiça, dignidade, reconciliação e paz.
As três tentações de Jesus são apresentadas como um caminho que o próprio Jesus trilhou para ensinar ao homem a via de santidade que passa pelo combate ao TER, PODER E PRAZER. (Cf. Lc 4,1-13)

ORAÇÃO PARA A QUARESMA
Pai Nosso, que estais no Céu,
durante esta época de arrependimento,
tende misericórdia de nó.
Com nos oração, nosso jejum e nossas boas obras,
transformai nosso egoísmo em generosidade.
Abri nossos corações à Vossa Palavra,
curai nossas feridas do pecado,
ajudai-nos a fazer o bem neste mundo.
Que transformemos a escuridão
e a dor em vida e alegria.
Concedei-nos estas coisas por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Amém. 

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

COMEÇA A CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2015



CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2015
tEMA: IGREJA E SOCIEDADE
lEMA: “EU VIM PARA SERVIR”(mc 10,45)

Hoje quarta-feira de cinzas, dia 18 de fevereiro, a Igreja Católica lança a 51ª Campanha da Fraternidade em terras brasileiras. O objetivo é aprofundar os laços de fraternidade entre as pessoas e comunidades, com o intuito de melhorar as condições de vida do povo. O tema deste ano é: “Fraternidade – Igreja e Sociedade”. O lema indica a diretriz que orienta a reflexão: “Eu vim para servir” (Mc 14,45). A Igreja entende que ela está no mundo para, assim como Jesus Cristo, servir e não para ser servida. A visualização deste serviço vem retratada no cartaz, onde encontramos o papa Francisco lavando os pés de um fiel na quinta-feira santa de 2014.

O caminho para que a Igreja possa cumprir com sua missão de servidora é o diálogo com as diversas instituições e organizações da sociedade. Isso para evitar três perigos, que poderíamos também chamar de três tentações presentes no relacionamento entre a Igreja e a Sociedade.
·         O primeiro é a Igreja agir como detentora absoluta da verdade, impondo a sua doutrina e concepção de organização a toda a sociedade sem se importar com a diversidade de ideologias, culturas e credos que compõem o conjunto da população do Brasil.
·         O segundo perigo é a sociedade ignorar totalmente a presença da Igreja, não levando em consideração a sua existência e a fé dos seus fiéis. Já em 1962, o então arcebispo de Porto Alegre, Dom Vicente Scherer, afirmava que “a doutrina cristã tem repercussões irreprimíveis em todos os atos e setores da vida humana. Jamais os poderosos da terra encontrarão na Igreja um instrumento dócil e submisso para seus desígnios de mando irrestrito”.
·         O terceiro perigo ainda é o de a sociedade perseguir a Igreja ou cobrar dela serviços que ela não consegue executar ou que não fazem parte da sua missão, que é de cunho religioso. “Sua ação evangélica repercute, porém, na organização e no fortalecimento da comunidade humana” (Texto Base da CF, n. 154).
Por causa da sua missão “em favor do bem integral da pessoa humana”, ganha importância o “diálogo cooperativo fraterno e enriquecedor com a realidade social e as instâncias representativas da ordem social” (Idem n. 59). Os critérios “a partir dos quais a Igreja discerne a oportunidade e o estilo de seu diálogo e de sua colaboração com a sociedade, são a dignidade da pessoa humana, o bem comum e a justiça social”.
Convido, pois, os grupos de família, as comunidades e os diversos grupos de Igreja a aproveitarem este tempo de graça que a Campanha da Fraternidade oferece para aprofundarem os laços de diálogo e cooperação com as organizações da sociedade. Tomem o Texto Base em suas mãos. Rezem muitas vezes a oração da Campanha da Fraternidade e cantem o Hino da Campanha. Levem a temática proposta para os Meios de Comunicação Social e para as organizações da sociedade civil. Mostrem para todos que a Igreja quer ser servidora, assumindo funções concretas na defesa e promoção da vida das pessoas que são pobres, estão enfermas ou sendo marginalizadas pelos detentores do poder.
Que o Senhor nos ensine a servir todos e nos abençoe nesta caminhada quaresmal!

 Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)


TEXTO BASE CF 2015
Com o tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e lema “Eu vim para servir” (cf. Mc 10, 45), a  Campanha da Fraternidade (CF) 2015 buscará recordar a vocação e missão de todo o cristão e das comunidades de fé, a partir do diálogo e colaboração entre Igreja e Sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II.
O texto base utilizado para auxiliar nas atividades da CF 2015 já está disponível nas Edições CNBB. O documento reflete a dimensão da vida em sociedade que se baseia na convivência coletiva, com leis e normas de condutas, organizada por critérios e, principalmente, com entidades que “cuidam do bem-estar daqueles que convivem”.
Na apresentação do texto, o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, explica que a Campanha da Fraternidade 2015 convida a refletir, meditar e rezar a relação entre Igreja e sociedade.
“Será uma oportunidade de retomarmos os ensinamentos do Concílio Vaticano II. Ensinamentos que nos levam a ser uma Igreja atuante, participativa, consoladora, misericordiosa, samaritana. Sabemos que todas as pessoas que formam a sociedade são filhos e filhas de Deus. Por isso, os cristãos trabalham para que as estruturas, as normas, a organização da sociedade estejam a serviço de todos”, comenta dom Leonardo.
PROPOSTA DO SUBSIDIO
O texto base está organizado em quatro partes:
·         No primeiro capítulo são apresentadas reflexões sobre “Histórico das relações Igreja e Sociedade no Brasil”, “A sociedade brasileira atual e seus desafios”, “O serviço da Igreja à sociedade brasileira” e “Igreja – Sociedade: convergência e divergências”.
·         Na segunda parte é aprofundada a relação Igreja e Sociedade à luz da palavra de Deus,  à luz do magistério da Igreja e à luz da doutrina social.
·         Já o terceiro capítulo debate uma visão social a partir do serviço, diálogo e cooperação entre Igreja e sociedade, além de refletir sobre “Dignidade humana, bem comum e justiça social” e “O serviço da Igreja à sociedade”. Nesta parte, o texto aponta  sugestões pastorais para a vivência da Campanha da Fraternidade nas dioceses, paróquias e comunidades.
·         O último capítulo do texto base apresenta os resultados da CF 2014, os projetos atendidos por região, prestação de contas do Fundo Nacional de Solidariedade de 2013 (FNS) e as contribuições enviadas pelas dioceses, além de histórico das últimas Campanhas e temas discutidos nos anos anteriores.

OBjetivos desta Campanha da Fraternidade:-
OBJETIVO GERAL DA CF 2015
01 - Aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, como serviço ao povo brasileiro, para a edificação do Reino de Deus.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA CF - 2015 CNBB

01 - Fazer memória do caminho percorrido pela Igreja com a sociedade, identificar e compreender os principais desafios da situação atual.

02 - Apresentar os valores espirituais do Reino de Deus e da doutrina Social da Igreja, como elementos autenticamente humanizastes.

03 - Identificar as questões desafiadoras na evangelização da sociedade e estabelecer parâmetros e indicadores para a ação pastoral.

04 - Aprofundar a compreensão da dignidade da pessoa, da integridade da criação, da cultura da paz, do espírito e do diálogo inter-religioso e intercultural, para superar as relações desumanas e violentas.

05 - Buscar novos métodos, atitudes e linguagens na missão da Igreja de Cristo de levar a Boa Nova a cada pessoa, família e sociedade.

06 - Atuar profeticamente, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para o desenvolvimento integral da pessoa e na construção de uma sociedade justa e solidária. Fonte: www.portalkairos.net
ORAÇÃO DA CF 2015
Ó Pai, alegria e esperança de vosso povo,
vós conduzis a Igreja, servidora da vida,
nos caminhos da história.
A exemplo de Jesus Cristo e ouvindo sua palavra
que chama à conversão,
seja vossa Igreja testemunha viva de fraternidade
e de liberdade, de justiça e de paz.
Enviai o vosso Espírito da Verdade
para que a sociedade se abra
à aurora de um mundo justo e solidário,
sinal do Reino que há de vir.
Por Cristo Senhor nosso.


Amém!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

CAMPANHA DA FRATERNIDADE


MENSAGEM PAPA FRANCISCO SOBRE A CAMPANHA DA FRATERNIDADE/2015


Queridos irmãos e irmãs do  Brasil!

Aproxima-se a Quaresma, tempo de preparação para  a Páscoa:  tempo de penitência, oração e caridade, tempo de renovar nossas vidas, identificando-nos com Jesus através da sua entrega generosa aos irmãos,  sobretudo aos mais  necessitadosNeste ano, a Conferência  Nacional  dos  Bispos do Brasil, inspirando-se nas palavras d'Ele O Filho do Homem. não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc   10,45), propõe  coma  tema  de  sua  habitual   Campanha  «Fraternidade:
Igreja e Sociedade».

De fato a Igreja, enquanto «comunidade congregada por aqueles que, crendo, voltam seu olhar Jesus, autor da salvação principio da unidade» (Const. Dogmática Lumen, 3), não pode ser indiferente às necessidades  daqueles que estão ao seu redor, pois, “as alegrias e as   esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo  dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo» (Const. Pastoral Gaudium et spes, 1). Mas, o que fazer? Durante os quarenta dias em que Deus chama seu povo à conversão, a Campanha da Fraternidade quer ajudar a aprofundar,  à luz  do  Evangelho,   o  diálogo  e  a  colaboração  entre  a  Igreja  e a Sociedade propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II como  serviço de edificar o do Reino de Deus, no coração e na vida do povo brasileiro.

A contribuição da Igreja, no respeito pela laicidade do Estado (cfr. Idem, 76) e sem esquecer a autonomia das realidades terrenas (cfr. Idem, 36), encontra forma  concreta na  sua Doutrina  Social,  com a qual quer «assumir evangelicamente e a partir da perspectiva do Reino as tarefas prioritárias que contr1buem para a dignificação do ser humano e a trabalhar junto  com os  demais cidadãos e instituições para  o bem  do ser   humano» (Documento  de Aparecida,  384). Isso não é uma  tarefa  exclusiva  das instituições: cada um deve fazer a sua parte, começando pela minha casa, no meu trabalho, junto das pessoas com quem me relaciono. E de modo concreto, e preciso ajudar aqueles que são mais pobres e necessitados. Lembremo-nos que «cada cristão e cada comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus ao serviço da libertação e promoção dos pobres, para que possam integrar-se plenamente na sociedade; isto supõe estar docilmente atentos, para ouvir o clamor do pobre e socorrê-lo» (Exort. Apost. Evangelii gaudium, 187), sobretudo, sabendo acolher, «porque quando somos generosos acolhendo uma pessoa e partilhamos algo com ela - um pouco de comida, um lugar na nossa casa, o nosso  tempo  - não  ficamos mais pobres, mas enriquecemos» (Discurso na Comunidade de Varginha, 25/7/2013 )Assim, examinemos a consciência sobre o compromisso concreto e efetivo de cada um na construção de uma sociedade mais justa, fraterna e pacífica.

Queridos irmãos e irmãs, quando Jesus nos diz “Eu vim para servir (cf. Mc 10, 45), nos ensina aquilo que resume a identidade do cristão: amar servindo. Por isso faço votos que o caminho  quaresmal  deste  ano à luz das propostas  da Campanha da Fraternidade, predisponha  os corações para a vida nova que Cristo nos oferece, e que a foa transformadora que brota da sua Ressurreição alcance a  todos em sua dimensão  pessoal,  familiar, social e cultural e fortaleça em cada coração  sentimentos de fraternidade e  de  viva  cooperação.   todos  e  a  cada  um,  pela  intercessão  de  Nossa Senhora Aparecida,  envio  de todo  coração  a Bênção Apostó1ica,  pedindo que nunca deixem de rezar por mim.

Vaticano, 2 de fevereiro de 2015.



domingo, 15 de fevereiro de 2015

TEMPO DA QUARESMA


Quarta-feira de Cinzas (18/2/2015)
Convertei-vos e crede no evangelho”(Mc 1,15)
A Quarta-Feira de Cinzas marca o principio da Quaresma, e é um dia especialmente penitencial, no qual se manifesta o nosso desejo pessoal de conversão a Deus. É um momento especial porque nos introduz precisamente no mistério quaresmal.
      
Uma das frases no momento da imposição das cinzas serve de lembrete para nós: “Lembra-te que do pó viestes e ao pó, hás de retornar” (Gn 3,19b) ou “Convertei-voa e crede no Evangelho”. A cinza quer demonstrar justamente isso; viemos do pó, viemos da cinza e voltaremos para lá, mas, precisamos estar com os nossos corações preparados, com a nossa alma preparada para Deus.   A imposição das cinzas nos recorda que a nossa vida na terra é passageira e que a definitiva se encontra no céu

A Quarta-feira de Cinzas leva-nos a visualizar a Quaresma, exatamente para que busquemos a conversão, busquemos o Senhor. A liturgia do tempo quaresmal mostra-nos a esmola, a oração e o jejum como os princípios da Quaresma.
A própria Quarta-feira de Cinzas nos coloca dentro do mistério. É um tempo de muita conversão, de muita oração, de arrependimento, um tempo de voltarmos para Deus.
Diz-nos um texto do livro das Crônicas: Se meu povo, sobre o qual foi invocado o Meu Nome, se humilhar, se procurar minha face para orar, se renunciar ao seu mau procedimento, escutarei do alto dos céus e sanarei sua terra” (II Cr 7, 14).
A Quaresma é tempo conversão, tempo de silêncio, de penitência, de jejum e de oração.
Perguntemos para Deus: Senhor, que queres que eu faça? – mesma pergunta de São Francisco diante do crucifixo. E buscar fazer a penitência ofertando algo que gostamos muito para Deus neste tempo quaresmal. Você, que fuma, por exemplo, deixe de fazê-lo na Quaresma. Tenho certeza de que após esse tempo quaresmal Deus o libertará do vício do cigarro. Você, que bebe, não beba, permitindo que o próprio Deus o leve à conversão pela penitência que você está fazendo. Talvez você precise fazer penitência da língua, da fofoca. Escolha uma coisa concreta e não algo que, de tão abstrato, não vai levá-lo a nada. Faça penitência de novela, você que as assiste. Tem de ser algo que o leve à conversão.
O Espírito Santo o (a) levará à penitência que você precisa fazer nesta Quaresma.
ORIGEM
Antigamente os judeus costumavam cobrir-se de cinza quando faziam
 algum sacrifício como desejo de conversão de sua má vida a uma vida com Deus.

No ano de 384 d.C., a Quaresma adquiriu um sentido penitencial e desde o século XI, a Igreja costuma colocar as cinzas ao iniciar os 40 dias de penitência e conversão.

Na Quarta-Feira de Cinzas, o cristão recebe uma cruz na fronte com as cinzas obtidas com a queima dos Ramos usados no Domingo de Ramos passado para recordar-nos que a glória terrena logo se reduz a nada.

CERIMÔNIA
A bênção e imposição das cinzas têm lugar dentro da Missa ou Celebração da Palavra, depois da homilia;
As fórmulas de imposição das cinzas se inspiram na Escritura: Gn, 3, 19 e Mc 1, 15, e podem ser:
“Concede-nos, Senhor, o perdão e faz-nos passar do pecado à graça e da morte para a vida”

 “Recorda que és pó e ao pó voltarás”

“Arrependei-vos e crede no Evangelho”

ATITUDE
A conversão é voltar para Deus, valorizando as realidades terrenas sob a luz constante de sua verdade e assim tomar consciência de que estamos de passagem nesta terra, e que devemos trabalhar até que o Reino de Deus se instaure dentro de nós e triunfe sua justiça.
Ao aproximar-nos do Templo onde receberemos as cinzas, expressamos com humildade e sinceridade de coração, que desejamos converter-nos e crer de verdade no Evangelho.

AS CINZAS
1) A cinza é símbolo de conversão;   de buscar uma mudança positiva nas atitudes com respeito a Deus e ao próximo.
2) A cinza é símbolo de nossa fragilidade e limitação humana e de tomar consciência de que morreremos e devemos aproveitar nossa vida fazendo deste mundo mais humano, mais justo e mais cristão.

3) A recepção da cinza é um ato pessoal e voluntário que se realiza sob a graça e a misericórdia de Deus.

4) Se recebe em uma celebração comunitária, porque é toda a Igreja quem intensifica neste período seu estado de conversão e purificação.

JEJUM E ORAÇÃO
Orar é colocar-nos na presença de Deus para receber Sua graça e Seu amor e o jejum favorece esta abertura do coração.
Este é um modo de pedir perdão a Deus por tê-Lo ofendido e dizer-lhe que queremos mudar de vida para agradá-Lo sempre.
A Quarta-Feira de Cinzas e a Sexta Feira Santa são dias de jejum e abstinência.
A abstinência é a partir dos 14 anos e o jejum dos 18 aos 59 anos.
O jejum consiste em fazer uma só refeição ao dia e a abstinência é não comer carne.

HOMILIA
A homilia faz referência à tripla direção da conversão:
a) A abertura a Deus, que é a escuta da sua Palavra, oração pessoal e familiar; participação mais ativa e frequente à Eucaristia e ao Sacramento da Reconciliação.
b) A abertura aos irmãos: com a esmola (caridade), que é antes de tudo caridade, compreensão, amabilidade e perdão.
c) E o jejum  que é o autocontrole, busca do equilíbrio em nossa escala de valores, renúncia às coisas supérfluas, sobretudo se a economia resulta em ajuda aos mais necessitados.

PRECES PARA A QUARTA-FEIRA DE CINZAS
Dêmos graças a Deus Pai, que nos concede o dom de iniciar hoje o tempo quaresmal. Supliquemos-Lhe que durante estes dias de salvação purifique os nossos corações e os confirme na caridade, mediante a acção do Espírito Santo. Digamos confiadamente:
Dai-nos, Senhor, o vosso Espírito Santo.
Ensinai-nos a saciar o nosso espírito
— com a palavra que sai da vossa boca.
Dai-nos, Senhor, o vosso Espírito Santo

Fazei que pratiquemos a caridade, não só nos acontecimentos importantes,
— mas também na nossa vida de cada dia.
Dai-nos, Senhor, o vosso Espírito Santo

Ajudai-nos a evitar o supérfluo,
— para podermos socorrer os nossos irmãos necessitados.
Dai-nos, Senhor, o vosso Espírito Santo

Ajudai-nos a trazer sempre em nossos corpos a imagem da paixão de vosso Filho,
— Vós que nos destes a vida no seu Corpo.
Dai-nos, Senhor, o vosso Espírito Santo
Pai nosso...

Oração
Concedei-nos, Senhor, a graça de começar com santo jejum este tempo da Quaresma, para que, no combate contra o espírito do mal, sejamos fortalecidos com o auxílio da temperança. Por Nosso Senhor.
(Laudes)
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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

SACRAMENTO DO BATISMO


Vós todos que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo” (Gl 3,27)

INTRODUÇÃO AOS SACRAMENTOS
QUAL A NOSSA EXPERIÊNCIA SACRAMENTAL DE DEUS?

            Não temos uma experiência e um conhecimento direto de Deus: “A Deus ninguém jamais viu” ( I Jo 4,12). Quando Moisés pede a Deus “que mostre a sua face” (Ex 3,18), Deus nos mostra que, na caminhada desta vida, só o “veremos pelas costas” , depois de termos passado pelos sinais que Ele deixa (Ex 33,18-23). Em outras palavras só temos um conhecimento mediato, indireto sacramental de Deus. Na eternidade, sim, “o veremos face a face, assim como Ele é”
Mt 5,8: “Felizes os puros de coração porque verão a Deus”
I Jo 3,2: “Caríssimos, desde já somos filhos de Deus, mas nem sequer se manifestou o que seremos! Sabemos que, quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque O veremos tal como Ele é”
I Cor 13,12: “Agora nós vemos como num espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Agora conheço apenas em parte, mas então conhecerei completamente como sou conhecido”

Deus é invisívelè torna-se SINAL para se comunicar: “Sarça ardente” (Ex 3,1-6),
“brisa suave” (I Rs 19,13),“num fogo devorador que consumiu o sacrifício”...

            Deus manifesta sua presença de mil modos diferentes, assim como no dia a dia nos deparamos com muitos sinais para manifestar um sentimento. Um aperto de mão, uma flor, um sorriso, um carinho, uma palavra amiga são sinais indispensáveis para alguém se comunicar conosco, para nos tornar presentes na vida dos outros, para celebrar a amizade, o amor, alegria e a tristeza, a fé e a esperança, tudo!
           
            Assim é a nossa comunicação com Deus, a celebração do nosso amor, nossa fé, nosso compromisso para com Ele: precisamos de sinais.Também Deus para se comunicar conosco e manifestar sua presença, seu amor e sua ação em nossa vida, quis precisar de sinais. Estes sinais, com que celebramos a presença e ação de Deus em nossa vida e o nosso amor para com Ele, chamam-se SACRAMENTOS
TUDO É NOTÍCIA DE DEUS. É UM TOQUE
DE DEUS NA VIDA DA GENTE

            Todas as coisas que existem lembram Deus: vegetais, flores, astros, seres vivos, pessoas...Tudo é um sacramento=sinal de Deus pela beleza que têm, harmonia, perfeição, unidade...Tudo o que podemos ver é revelação da Graça e Amor de Deus, que se REALIZA EM PLENITUDE NA PESSOA DE JESUS CRISTO:
“Na plenitude dos tempos, Deus envia seu Filho nascido de uma mulher” (Gl 4,4).

JESUS CRISTO: O PERFEITO SACRAMENTO DO PAI
            JESUS CRISTO, nos revela Deus em plenitude: PERDÃO, AMOR, MISERICÓRDIA, BONDADE, JUSTIÇA, FRATERNIDADE, UNIDADE, PAZ, VERDADE, BELEZA, VIDA, PERFEIÇÃO, PARTILHA...
por isso Ele diz: “Quem me vê, vê o Pai” (Jo, 14,9)
            E o sonho do Pai é que o Reino de Deus se estabeleça entre nós, isto é, que todos se sintam filhos e filhas de Deus, irmãos e irmãs uns dos outros: Reino da vida, da liberdade, da justiça, da paz, da dignidade, e da cidadania, do perdão, da misericórdia, da fraternidade, da humildade e da gratuidade. da obediência filial e consciente à vontade de Deus. Um Reino bem diferente dos outros.
          Foi o fio condutor de toda a vida de Jesus. Jesus organizava seu tempo, articulava suas energias, decidia suas andanças em função do Reino de Deus. Suas relações, seus sentimentos, suas opções tinham a marca registrada do Reino.
             
            Jesus é “sacramento-sinal - primordial de Deus: Deus destinou Jesus como mediação para chegarmos a Ele: ”Ninguém vai ao Pai, senão por Mim”. Cristo Jesus é o Sacramento do Pai: Nele Deus faz-se presente no nosso meio. Assim, Cristo é o Sacramento primordial de Deus; Ele que é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Jesus veio para todos, e deseja estar bem perto de todos os corações. Seu desejo é entrar em comunhão conosco e que nós entremos em contato com Ele, com sua Palavra Santa e com sua vida divina. POR ISSO JESUS FUNDOU A IGREJA! Ela é SACRAMENTO (sinal eficaz, real) de Cristo no mundo. Ela é Cristo continuado, ou seja, a continuidade das atitudes e gestos de Jesus no mundo.

            Cristo é o Sacramento - Fonte, já que nesta fonte beberam os apóstolos e bebem todos aqueles que hoje seguem celebrando os sacramentos e recebem os sacramentos da Igreja Sendo Cristo “o sacramento primordial” de Deus, não apenas entendemos que os sacramentos provêm de Cristo, mas também que o agente primeiro e fundamental em cada sacramento é Deus por meio do Cristo, na força do Espírito Santo, isto é, podemos dizer que quando alguém batiza, é Cristo quem batiza; quando alguém absolve, é Cristo que está absolvendo, quando um sacerdote celebra a Eucaristia, é Cristo que repete as palavras da Última Ceia, e transforma o pão e o vinho em seu Corpo e Sangue.

OS SACRAMENTOS
            São ações salvadoras de Deus. Mistério: uma ação sagrada na qual o fato salvífico se faz presente no rito. Ao mesmo tempo em que revelam, escondem a realidade divina que querem comunicar: SINAL VISÍVEL DA GRAÇA INVISÍVEL

            FOI ASSIM NO COMEÇO: Jesus formou discípulos, devagar: chamado, convívio, aprendizado, missão, envio, aprofundamento...
·         Processo do Chamado
·         Busca
·         Encontro
·         Conversão
·         Comunhão
·         Missão
·         Transformação da sociedade

O QUE ENTENDEMOS POR SACRAMENTOS:
            Os sete Sacramentos são sinais sensíveis e eficazes que Deus nos dá. Celebrá-los e mantermo-nos fiéis aos seus ensinamentos é garantia de vida feliz e eterna. Cristo se nos apresenta como o Caminho que nos leva ao Pai.
            Pois bem, os Sacramentos são como placas sinalizadoras deste suave e seguro Caminho.
            Os sete Sacramentos atingem todas as etapas e todos os momentos importantes da vida do cristão:
DÃO À VIDA DA FÉ ORIGEM E CRESCIMENTO, CURA E MISSÃO. Nisto existe uma certa semelhança entre as etapas da vida natural e as da vida espiritual (CIC 1210).
OS SACRAMENTOS DA INICIAÇÃO CRISTÃ
            Pelos sacramentos da iniciação cristã (Batismo, Crisma e Eucaristia) são colocados os fundamentos da vida cristã....Vós tendes de nascer do Alto”.(Jo 3.6-7);“Segue-me” (Jo 21,19); ... para serem minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judéia  Samaria, e até os confins da terra” (At 1,8); Tomai...Comei...Fazei isto em minha memória”(Lc 22,7-14) “Felizes os convidados para o banquete do Cordeiro” (Ap 19,11)

            “Os fiéis, de fato, renascidos no Batismo, são fortalecidos pelo Sacramento da Crisma ou Confirmação
e, depois, no Sacramento da Eucaristia, nutridos com o alimento da vida eterna. Assim, por efeito destes Sacramentos da Iniciação Cristã, estão em condições de saborear cada vez mais os tesouros da vida divina e de progredir até alcançar a perfeição da caridade“  (CIC 1212; DCN 1-2).

            Todos os sacramentos configuram o candidato à Páscoa de Cristo:
BATISMO: sua primeira participação.
CONFIRMAÇÃO: dimensão pentecostal da Páscoa do Senhor
PENITENCIA: renova a graça batismal perdida pelo pecado.
A conversão é um elemento central da vida cristã.

            BATISMO e CONFIRMAÇÃO realizam uma vez apenas a configuração no mistério da Páscoa e permanecem para sempre na vida dos filhos de Deus.
            A EUCARISTIA, que é o máximo da configuração a Cristo, é sempre a participação repetida de toda a comunidade no Mistério Pascal e incorporação na Igreja, cada vez mais perfeita e total.

            BATISMO, CONFIRMAÇÃO E EUCARISTIA três momentos  sacramentais da inserção e configuração do ser humano em Cristo, e por consequência, na comunhão no seu corpo, a Igreja.
            INICIAÇÃO CRISTÃ: um caminho (itinerário) de fé e conversão. Não deve ser uma catequese fragmentada que entenda esses três sacramentos separadamente, com efeitos diversos e sem ligação entre si

            SACRAMENTOS DE INICIAÇÃO: A palavra iniciação significa "levar para dentro", que causa modificação, transformação e mudança total na vida da pessoa.

            O grande “sacramento da iniciação cristã” constitui uma unidade e requer um processo experiencial e progressivo de amadurecimento da fé. A preocupação com a iniciação integral pode ser vista no gesto de, no Batismo, aproximar todos do altar, levando uma vela acesa para rezar o Pai Nosso -pois a Eucaristia é a coroação da Iniciação- quando o presidente, lembrando essa unidade cristã, exortará, e deixará clara esta intenção:
“ESTA CRIANÇA QUE FOI BATIZADA É CHAMADA, EM CRISTO, A VIVER PLENAMENTE COMO FILHA DE DEUS PAI. PARA ISSO ELA PRECISA TAMBÉM SER FORTALECIDA PELO ESPÍRITO SANTO, NO SACRAMENTO DA CONFIRMAÇÃO E ALIMENTADA NA CEIA DO SENHOR . AGORA, AO REDOR DESTA MESA, UNIDOS NO ESPIRITO SANTO, REZEMOS...”

            O QUE TEMOS EM VISTA QUANDO FALAMOS DE INICIAÇÃO CRISTÃ: Cristo – resposta de Deus à nossa sede de infinito. Com Jesus se faz presente o Reino de Deus. Jesus por suas palavras, ações, e entrega total na cruz revelou o amor de Deus por nós.

TODO SACRAMENTO É FESTA QUE NÃO TEM FIM, POIS É ATUALIZAÇÃO DO MISTERIO PASCAL DE CRISTO: NOSSA SALVAÇÃO

            Cristo ressuscitado dá o Espírito Santo aos apóstolos, e confia-lhes o seu poder de santificação.
Através dos apóstolos, e de seus sucessores, a Igreja, Corpo de Cristo, prolonga no tempo e no espaço a presença salvadora e libertadora de Jesus entre os homens: ”Eu estarei com vocês, todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20), sobretudo nas celebrações dos sacramentos.

SACRAMENTO NÃO É META, MAS ENCONTRO COM CRISTO
1-Só tem sentido receber sacramentos à medida que Cristo tem sentido em minha vida.
2-Recebo os sacramentos para me tornar um sacramento, sinal, testemunho de Cristo no mundo.
3-Mais importante do que o rito histórico é o sacramento vivido no dia-a-dia.

            SACRAMENTO DO BATISMO: A palavra Batismo vem do grego, e significa “mergulhar”, “abismar”
Com o Batismo mergulhamos em uma nova realidade: A VIDA DE CRISTO. Todos os homens e mulheres estão mergulhados no acontecimento de salvação, todos estão mergulhados em Jesus Cristo – Ele veio para dar vida ao mundo. Veio salvar e não condenar.

DEFINIÇÕES DO BATISMO
·         É o fundamento de toda vida cristã;
·         É a porta para nossa vida no Espírito e para os outros sacramentos da Igreja;
·         É o primeiro sacramento porque abre o diálogo amoroso de Deus com as pessoas;
·         A iniciativa de amar parte sempre de Deus. Ele ama primeiro. O Batismo se torna presente divino que o ser humano recebe. O apelo amoroso de Deus, dirigido às pessoas no Batismo deve encontrar eco no ser humano. Aquele que é batizado responde SIM a Deus, comprometendo-se com o BEM, A VERDADE E A JUSTIÇA.
·         O Batismo é a nova criação que Deus produz em nós. Por meio dele, nascemos do alto (Jo3,1-8), isto é, recebemos a filiação divina: podemos chamar a Deus de Pai (Rm 8,15). Somos marcados com o selo de Deusèa partir deste momento pertencemos somente a Ele, como criaturas novas (II Cor 5,17). É pelo Batismo que a pessoa é purificada, justificada e santificada pelo Espírito Santo. Nasce para uma vida nova.
·         Pelo Batismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornando-nos membros de Cristo e partícipes de sua missão.
·         Com o Batismo, selamos nosso contrato de amor com Aquele que nos criouèfazemos parte da Nova Aliança, realizada com a morte e ressurreição de Jesus.

OS PADRINHOS
            Pela realidade do “nascer de novo” os padrinhos são muito mais que uma posição social: São pais, segundo Deus, pois no Batismo “morre o homem velho” e nasce o “homem novo”. E como verdadeiros pais, têm o grave dever de transformar seus filhos em discípulos-missionários de Cristo, educando-os na escola da santidade dos grandes santos da Igreja

EM QUE CONSISTE O PECADO ORIGINAL?
            O homem tentado pelo diabo, deixou que apagasse em seu coração a confiança em relação ao seu Criador e, desobedecendo-O, quis tornar-se “como Deus” viver sem Deus e não segundo Deus (Gn 3,5). Assim, como Adão e Eva perderam imediatamente para si e para todos os seus descendentes a graça da santidadee da justiça originais”

COMO DEUS, SEM DEUS, CONTRA DEUS: EIS O PECADO ORIGINALSEMPRE QUE QUEREMOS VIVER

·         COMO DEUS, nos afastamos da fonte da verdadeira felicidade e caminhamos nas trevas do erro
·         QUANDO QUEREMOS VIVER SEM DEUS sentimo-nos vazios, embora no início de uma falsa liberdade invada nosso coração frágil
·         QUANDO NÃO VIVEMOS SEGUNDO AS LEIS DE DEUS nós somos escravos de nós mesmos 

A GRAÇA DO BATISMO
            O Batismo recebe seu verdadeiro significado pela comunhão que estabelece entre o batizando e o mistério de Cristo ocorrido na cruz. Da cruz deriva toda a sua realidade. O Batismo é participação na semelhança  do que aconteceu n o calvário e o fato de ter mergulhado e coberto pelas águas batismais:
O CRISTÃO MORRE PARA ESTE MUNDO
            O Batismo nos coloca em contato real com o acontecimento salvífico, a ponto de Paulo dizer: Fomos co-crucificados, co-sepultados com Cristo no Batismo. Tornamo-nos uma coisa só com Cristo. Somos incorporados Nele, porque sofremos uma morte semelhante. O cristão traz no próprio corpo as marcas da morte de Cristo (Gl 2,19-20;6,17;II Cor 4,10-12)è assume a mesma dinâmica que levou Cristo da morte à vitória sobre o tentador deste mundo. O exercício de vencer o pecado, o mal, o egoísmo é proposto como missão ou projeto de vida para aquele que foi associado ao Seu Corpo.

            VIDA CRISTÃ: tempo de desafio, da encarnação do dia-a-dia da morte de Cristo para merecermos a vitória da ressurreição 
            Das águas batismais nasce a raiz da igualdadeènão encontra espaço e não deixa lugar para exclusão de nenhuma espécie (Gl 3,28) Inaugura a comunidade universal que não admite discriminações em seu limite de pertença. O Batismo funda uma nova maneira de ser Igreja: A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. “Ninguém considerava suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum”. (At 4,32)

BATISMO É:
·         NASCER DE NOVO: Jo 3,1-8è a força do Espírito Santo em nós nos leva a atitudes, opções e modos de viver diferentes. Assim como o vento sopra onde quer, o Espírito Santo nos leva a coisas novas, inesperadas. Necessário estar aberto e na escuta constante do que o Espírito nos quer comunicar;
·         ENTRADA NO MISTÉRIO PASCAL: Rm 6,1-11è O mistério pascal de Jesus (sua paixão-morte e ressurreição) já está definitivamente me nós, pelo Batismo. Agora é nossa tarefa desenvolver essa dinâmica de Jesus. O homem velho (marcado pelo pecado, pela resistência às coisas de Deus) tem de morrer por nossa opção. E o homem novo (a pessoa marcada pelas propostas de Jesus) deve ser desenvolvido em nós. É um esforço constante, todos os diasèÉ A ATUALIZAÇÃO DE NOSSO BATISMO;
·         ENTRADA NA COMUNIDADE LOCAL: AT 2,42-47è O jeito de viver das primeiras comunidades foi vivido primeiro por Jesus:
1-Importante fazer memória de Jesus em todas as circunstâncias da vida (At chama de doutrina)
2-Viver como irmãos/irmãsècomunidade
3-Orar juntos, celebrar a Eucaristiaèligação com a Páscoa de Jesus
4-Opção pelos pobres
5-Viver concretamente a partilha para que não falte o necessário para ninguém

O BATISMO É NECESSÁRIO PARA A SALVAÇÃO
Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Mc 16,16)
            A Igreja reconhece o Batismo como condição para a salvação. Ao mesmo tempo, ela ensina e crê que, como Deus quer que todos se salvem (II Tm 2,3), existe também o Batismo de desejo. Assim podemos crer que os que desejam fazer a vontade de Deus e que teriam sido batizados se conhecessem essa necessidade chegarão ao Céu (CIC 1261).


ASPECTOS ESSENCIAIS DO BATISMO
DIMENSÃO DA REALIDADE NOVA NA PESSOA DO BATIZADO:
            O batismo atinge a pessoa no intimo de seu ser. É o que a Igreja vem admitindo desde os primeiros séculos, ao considerar válido o batismo de crianças em perigo de morte.
A Sagrada Escritura refere-se a isso quando fala da “nova criatura” (II Cor 5,17), do “homem novo” (Rm 6,6), do “renascimento” (Jo 3,3), da “passagem das trevas para a luz” (I Pd 2,9), “do pecado à graça” (Rm 6,1-4), da ”filiação divina” (I Jo, 3,12-).

DIMENSÃO DO RELACIONAMENTO PESSOAL COM DEUS
            O sacramento do batismo é um momento de suma expressividade do relacionamento pessoal entre Deus e o homem em vista da Aliança. Concretiza, na linguagem perceptível dos sacramentos, a proposta de Deus e a resposta do homem. É no contexto desta dimensão pessoal dialogal que se coloca a opção fundamental do cristão, como um comprometimento profundo entre o homem e Deus em Jesus Cristo.

DIMENSÃO COMUNITÁRIA
            Pelo Batismo formamos comunidade, fazemos parte da comunidade, vivendo a unidade e formando o povo de Deus. É VIVER A FÉ EM CRISTO EM COMUNIDADE. A Igreja é a família dos batizados. Ninguém vive isolado. A vida comunitária é exigência do batizado. Para o batizado é norma a participação: missa, grupo, celebrações, catequese permanente, serviços na comunidade.
            Toda relação existente entre batismo e pecado, batismo e fé, batismo e salvação, deve ser considerada nesta tríplice dimensão.

CONCLUINDO...
            Tornando-nos cristãos pelo Batismo dá-nos o direito e produz o dever de participar da missão da Igreja, e, por consequência de assumir ministérios, pois o FUNDAMENTAL É SER CRISTÃO... Assim sendo:
SER CRISTÃO É O SUBSTANTIVO – LEIGO, PADRE, DIACONO, BISPO, RELIGIOSA (O) SÃO ADJETIVOS.

UMA BOA NOVA AOS BATIZADOS
            O Batismo, cujo sinal original e pleno é a imersão, significa eficazmente a descida ao túmulo do cristão que morre para o pecado com Cristo em vista de uma vida nova: “Pelo Batismo nós fomos sepultados com Cristo na morte, a fim de que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós vivamos vida nova” (Rm 6,4). (Cat. §628)
            Quando somos batizados, deixamos de ser criaturas de Deus para nos tornarmos em Cristo, Filhos de Deus. E quando isso acontece, passamos a fazer, ainda que de forma mística, parte do Corpo de Cristo. Falando de uma forma bem simples para você entender: Nos primórdios do cristianismo, a pessoa quando era batizada ela mergulhava nas águas. Ao fazer isso, ela estava “afundando” o homem e a mulher velha para que dali surgisse um homem novo e uma mulher nova.
            Por isso dizemos que morremos com Cristo, e ressuscitamos com Ele. Essa é a boa nova que temos para hoje. Eu e você não somos chamados a uma vidinha mixuruca. Não somos chamados a uma sobrevida. Somos chamados a ter uma vida de alegrias em Cristo.
            Vida Nova significa uma vida alegre, cheia de vitalidade. Não significa uma vida estragada pelo pecado. Essa é a vida velha. Quem decide pelo batismo, e mais pra frente faz a confirmação desse mesmo batismo (Crisma), é a pessoa que deseja esse novo viver.

BATIZAR É MERGULHAR NO MISTÉRIO...
            MISTÉRIO: aquilo que não se cansa de desejar e saborear porque ainda não está totalmente ao nosso alcance. A mística é a seiva, é o princípio de vida, é a fé feita experiência. A mística é a motivação proveniente da fé que dinamiza a nossa ação. Fé é uma forma de viver todas as coisas à luz de Deus o que faz buscar uma vida em abundância.
Hb 11,1. TODO O CENTRO DE UM MISTÉRIO É O AMOR- DOAÇÃO DE DEUS PELO SEU POVO.

            Batismo não é um rito que termina, mas uma forma de viver: não FUI batizado eu SOU batizado

NASCER DE NOVO= AS PROMESSAS DO BATISMO:
·         Renúncia do pecado: estar em processo de permanente conversão para dizer SIM a Deus;
·         Renúncia a tudo o que nos divide do irmão: processo de permanente conversão para viver a fraternidade, evitando toda maledicência, calúnia e difamação, ressentimentos, egoísmo...;
·         Renúncia às obras de Satanás:processo de conversão permanente para nos afastar de tudo o que nos afasta de Deus e queiram substituí-Lo: superstições, horóscopos... O batizado coloca Deus como centro de nossa vida

            Enfim: AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E SOMENTE A ELE PRESTAR CULTO E AMAR O PRÓXIMO COM A TI SI MESMO
            E pelo Batismo somos enxertados em Cristo-Deus e Homem- a oliveira cultivada (cf. Rm 14,16-18) –usara a “árvore” de cuja seiva nos alimentamos. Morremos com Ele, mas com Ele ressuscitaremos. E na ressurreição todos nos encontraremos. Enquanto estamos neste mundo devemos nos ajudar, sustentar uns aos outros.
Ler I Ts 4,13-18
            Pelo Batismo, nós que somos oliveira brava, somos enxertados na oliveira cultivada que é Cristo” (Rm 11,11-17)
            Pelo Batismo fomos sepultados com Cristo em sua morte,  para que, como Ele foi ressuscitado dos mortos pela ação gloriosa do Pai, assim também nós vivamos uma vida nova” (Rom. 6,4)
            Portanto, se alguém está em Cristo é uma nova criatura. O que era antigo passou, agora tudo é novo” (II Cor 5,17)
            “Há uma só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, acima de todos, no meio de todos e em todos” (Ef 4,5-6)
            TODO O CAPITULO 4 DE EFESIOS FALA SOBRE  O BATISMO
            “Pois, por meio da Lei eu morri para a Lei, a fim de viver para Deus. Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2,19-20)

            AS RENÚNCIAS QUE DEVEMOS FAZER DURANTE TODA A NOSSA VIDA PARA SERMOS FIÉIS AO NOSSO BATISMO:
Para viver na liberdade dos filhos de Deus, vocês renunciam ao pecado?
Renuncio
Para viver como irmãos, vocês renunciam a tudo o que causa desunião?
Renuncio
Para seguir Jesus Cristo, vocês renunciam ao demônio, autor e princípio do pecado?
Renuncio

            ...E PROCLAMAR EM QUEM EM QUE CREMOSA RENÚNCIA É IMPORTANTE, MAS SEMPRE EM VISTA ALGO MAIOR:
            NOSSA PROFISSÃO DE FÉè ITINERÁRIO SEGURO NO SEGUIMENTOP DE CRISTO E AMADURECIMENTO DA FÉ PESSOAL E COMUNITÁRIA.