Vivendo a
Semana Santa
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DOMINGO
DE RAMOS
Chegamos às portas da Semana Santa. Passo a passo, fomos
nos aproximando do cenário no qual Outro pagou a nossa conta. Estamos, também
nós, nessa multidão amontoada naquele dia de festa judaica.
Eles e nós temos, sempre, certas escuridões que pedem para ser
iluminadas, certas mortes que esperam ser ressuscitadas. Nós estávamos lá. E o
que aconteceu lá, para nós acontece hoje. Em Jerusalém existia o costume de dar
as boas-vindas aos peregrinos que chegavam para celebrar a Páscoa com as
palavras do salmo 118: “Bendito o que vem em nome do Senhor!”. Jesus
não foi exceção. Ele enviou previamente dois discípulos para que trouxessem um
jumentinho e, se alguém estranhasse e perguntasse o porquê, deveriam
responder: “O Senhor precisa dele”. Um humilde portador de quem vem
como rei em nome de Deus. A tradição iconográfica mostra mais vezes um jumento
junto a Jesus: na viagem de Nazaré a Belém, quando Maria levava em seu seio
Aquele que nasceria sem o abrigo de uma pousada; na cova do nascimento; e na
fuga ao Egito.
O Senhor precisava de… um jumentinho! Detalhe carregado de
humanidade e simplicidade, oposto à cavalgadura do poderio. São
as necessidades de um Deus que escolhe sempre o fraco e aquele que
não vale nada para confundir os prepotentes (1 Cor 1,26-28); e assim se
reconhecerá a imagem do Servo tomando a condição de escravo, que não faz do ser
igual a Deus uma usurpação (Flp2,6-11), para saber dizer palavras de conforto à
pessoa abatida (Is 50,4-7).
É o estremecedor relato do que custou a nossa redenção. Nesse
drama está a resposta de amor extremo por parte de Deus. Nossa felicidade, o
acesso à graça, teve um preço: Ele pagou por nós.
Devemos nos situar nesse cenário, pois é o nosso, e nele Deus,
em seu Filho, obterá para nós a condição de filhos diante d’Ele e irmãos entre
nós. É o estupor que experimentava a mística franciscana Ângela de Foligno ao
contemplara Paixão: “Tu não me amaste de brincadeira”; ou o realismo com que
Paulo agradecerá a doação do seu Senhor: “Ele me amou e se
entregou por mim” (Gl 2,20).
Sem este realismo que personaliza, estaríamos como espectadores
ausentes, que, no máximo, acompanham o desenvolvimento do processo de Deus lá
da plateia do dó ou da indiferença. Por isso, posso dizer realmente
que eu estava lá, que tudo isso foi por mim.
Só quem reconhece esse “POR
MIM” adorará o Senhor com um coração agradecido.
Por Dom Jesús Sanz Montes
TRIDUO PASCAL: “DOAÇÃO – PAIXÃO – VIDA”
O ponto alto da Semana Santa é o
Tríduo Pascal (ou Tríduo Sacro) que se inicia com a missa vespertina da
Quinta-feira Santa e se conclui com a Vigília Pascal, no Sábado Santo. Os três
dias formam uma só celebração, que resume todo o mistério pascal. Por isso, nas
celebrações da quinta-feira à noite e da sexta-feira não se dá a bênção final;
ela só será dada, solenemente, no final da Vigília Pascal.
Mergulhados na infinita bondade de Deus, buscando a conversão do coração como proposta de vida, tentando mudar nossas atitudes e anseios, chegamos mais uma vez às celebrações da Semana Santa, a semana dos cristãos, a semana especial, enfim, a mais significativa das semanas. E toda a liturgia parece nos querer falar de um amor insondável, de um mistério infinito, de uma bondade sem limites. Por que será que toca tanto nossa alma quando relembramos e revivemos os mistérios dos últimos dias do Senhor em nosso meio? Por que a paixão, a dor, o abandono, a solidão, a morte, parecem dizer tanto a nós cristãos? Por que corremos ao encontro daquele que é a Luz que destrói as trevas e elimina o poder da morte?
Mergulhados na infinita bondade de Deus, buscando a conversão do coração como proposta de vida, tentando mudar nossas atitudes e anseios, chegamos mais uma vez às celebrações da Semana Santa, a semana dos cristãos, a semana especial, enfim, a mais significativa das semanas. E toda a liturgia parece nos querer falar de um amor insondável, de um mistério infinito, de uma bondade sem limites. Por que será que toca tanto nossa alma quando relembramos e revivemos os mistérios dos últimos dias do Senhor em nosso meio? Por que a paixão, a dor, o abandono, a solidão, a morte, parecem dizer tanto a nós cristãos? Por que corremos ao encontro daquele que é a Luz que destrói as trevas e elimina o poder da morte?
Destacando aqui, os passos do mistério que vamos celebrar juntos
a partir da quinta-feira santa, com a missa vespertina, ou seja, a grande
celebração da Páscoa dos cristãos, no que chamamos de “Tríduo Pascal”. Entender
bem, estes três momentos fortes como uma única e grande celebração da vida é
poder entrar definitivamente na comunhão com o Cristo, única e verdadeira Páscoa.
Trata-se, portanto, de uma celebração com três momentos distintos, mas
integrados. Três faces de um mesmo mistério: A PÁSCOA!
A Celebração que começa na Quinta-feira Santa, encerra-se na Vigília
Pascal. Não há despedia na quinta-feira e na sexta feira, e ne acolhida no
sexta-feira e nem na Vigília Pascal. É UMA ÚNICA
CELEBRAÇÃO.
A Quaresma se encerra com a Liturgia das Vésperas da
Quinta-Feira Santa. Com a Missa da Ceia do Senhor – dia da instiuição da Eucaristia,
do Sacerdócio e do Mandamento do Amor- abre-se o Triduo Pascal. Assim
establece a orientação litúrgica do Vaticano II. TRIDUO significa “os
três días” nos quais se realiza o mistério redentor de Cristo. A
Quinta-eira Santa nos oferece o momento sacramental do próprio mistério que
vamos celebrar, ou seja, nos oferece o que vamos celebrar de forma permanente.
O que Jesus nos mandou celebrar em sua memória, Ele mesmo no-lo deu em seu
sacrifício pascal. Com a Igreja perpetuamos ese sacrificio salvífico de Cristo.
Dado que a Sexta-feira Santa é um dia alitúrgico, ou
seja, sem a celebração da Eucaristia, e porque nesse dia se distribui a Sagrada Comunhão, conserva-se
o Santíssimo na igreja, para a comunhão dos fiéis. A adoração de ser feita até
a meia-noite, em ação de graças pelo dom do Senhor. Não podemos é perder do
sentido do “dom da Páscoa” ou o “dom do sacrifício pascal”, que é
exatamente o mistério da norte de Cristo. À meia-noite começa o triduo pascal
de Cristo.
SIGNIFICADO DA VIGÍLIA EUCARÍSTICA DA QUINTA-FEIRA SANTA
A Sagrada Escritura nos relata que após a ceia, Jesus sai para ir ao
Horto das Oliveiras para rezar, pois sentia próxima sua Paixão e convida seus
apóstolos Pedro, Tiago e João para com Ele orarem e vigiarem, pedindo solidariedade
neste momento tão difícil (Ler e
refletir Mt 26,30-46; Mc 14,26-42; Lc 22,31-46).
O sentido do cortejo na Quinta-Feira santa é
acompanhar Jesus que sai da Ceia e vai até o Horto (sentido da mudança de
local, ficando tudo em silêncio, de luto, altar despojado das toalhas -Jesus
despojado de tudo). A desnudação do altar hoje, é um rito prático, com
a finalidade de tirar da igreja todas as manifestações de alegria e de festa,
como manifestação de um grande e respeitoso silêncio pela Paixão e Morte de Jesus.
Jesus, não precisa de nossa solidariedade, pois já
reina Ressuscitado, É o Senhor da Vida e da História. Já não está mais na Cruz.
um horário conveniente. Sua morte não foi um ponto final, mas apenas uma
vírgula. Mas continua pedindo nossa oração e vigilância e solidariedade para
não cairmos em tentação:
Oração para sempre nos mantermos unidos a Ele, para
viver a nossa ação de graças pela eucaristia e pela salvação que celebramos
nestes dias do Tríduo Pascal, trazendo para o HOJE e nossas vidas os gesto de
SERVIÇO e AMOR FRATERNO vividos durante toda Sua Vida e ensinado e ordenado na
Ultima Ceia.
Para não cairmos na tentação de só recordarmos este
atos apenas como algo do passado, realizados em um tempo e sem significado
concreto para nossos dias; não cairmos na tentação do individualismo, do
egoísmo, do orgulho, de uma fé morna que não transforma, do consumismo, de
julgamentos humanos...
HOJE os gestos de solidariedade são para com todos
os nossos irmãos que sofrem o peso da cruz da fome, do abandono, da humilhação,
do desemprego, da doença, da falta de moradia, da morte prematura de tantas
crianças e jovens. Ser solidário é sentir em nós o amargo da vida do irmão e
irmã- como da criança faminta que come seu pão lentamente para que este não se
acabe rápido, para não adiar a fome- assim como fez Jesus que assumiu por
inteiro todas as nossas dores, nossos pecados e foi obediente até o fim,
humilhando-se à morte mais vergonhosa, dada ao pior malfeitor: a Cruz, para nos elevar à condição de
filhos e filhas de Deus.
Que nesta
preparação para a Páscoa, aceitemos em todos os dias da nossa vida o convite de
Jesus:” Eu estou em tristeza de morte.
Ficai e vigiai comigo ”(Mt 26,38) para não ouvirmos sua advertência: “Não fostes capazes de vigiar uma hora
comigo? (Mt 26,40), e,
fortalecidos pela Eucaristia, possamos viver a VIDA NOVA como Ressuscitados com
Cristo, sendo solidários, serviçais e amando como Jesus amou, Esta é a
Verdadeira Páscoa, pois nosso DEUS ESTÀ VIVO!
SANTOS ÓLEOS
A
palavra “óleo” tem origem latina “óleum”, derivado do grego “élaion”,
que designa extraído dos olivais (elain)
O óleo tem a finalidade faz brilhar o rosto (Sl
103,15) e é símbolo da alegria (Sl 44,8). Penetrante, sua unção significa
a consagração de um ser a Deus, em vista da realeza, do sacerdócio ou de uma
missão profética (Ex 29,7). Mesmo edifícios e objetos são consagrados com a
unção do óleo (Gn 28,18). O ungido por excelência é o Messias, o Cristo, que é
o Rei, o Sumo Sacerdote e o Profeta. Símbolo da alegria e da beleza, sinal de
consagração, o óleo é também o unguento que alivia as dores e que fortalece os
lutadores, tornando-os mais ágeis e menos vulneráveis.
A
Liturgia da Igreja privilegia três óleos, chamando-os de "Santos
Óleos": Óleo dos enfermos, Óleo dos catecúmenos e Óleo do Santo Crisma. Os
dois primeiros Santos Óleos são abençoados e o terceiro, o Óleo Crismal, é
consagrado na missa crismal que o Bispo celebra com todo o seu presbitério na
5ª feira santa pela manhã (ou quarta feira santa à noite).
·
O Óleo dos Catecúmenos concede a força do Espírito Santo àqueles que serão
batizados para que possam ser lutadores de Deus, ao lado de Cristo, contra o
Espírito do mal. Este óleo poderá ser abençoado pelo padre, antes de ser usado.
Por motivos pastorais, a unção com o Óleo Catecumenal poderá ser omitido na
celebração do Batismo, ou antes da celebração do mesmo. O batizando é ungido com o óleo dos catecúmenos, no peito.
·
O Óleo dos Enfermos que, em caso de necessidade poderá ser abençoado
pelo padre, antes da unção do enfermo, é um sinal sensível utilizado pelo
sacramento da Unção dos Enfermos, que traz o conforto e a força do Espírito
Santo para o doente no momento de seu sofrimento. O doente é ungido na fronte e na palma das mãos.
·
O Santo Crisma é um óleo perfumado utilizado nas unções
consacratórias dos seguintes sacramentos: depois
da imersão nas águas do batismo, o batizado é ungido na fronte; na Confirmação é o símbolo principal da
consagração, também na fronte; depois
da Ordenação Episcopal, sobre a cabeça do novo bispo; depois da ordenação sacerdotal, na palma das mãos do neo-sacerdote.
Também é usado em outros ritos consacratórios, como na dedicação de uma Igreja, na consagração de um altar, quando o
Santo Crisma é espalhado sobre o altar e sobre as cruzes de consagração que são
colocadas nas paredes laterais das igrejas dedicadas (consagradas). Em
todos estes casos, o Santo Crisma recorda a vinda do Espírito Santo que penetra
as pessoas como o óleo impregna a cada um deles que o toca. Ele faz com que pessoas sejam ungidas com a
unção real, sacerdotal e profética de Jesus Cristo.
Os Santos
Óleos, de modo particular o Santo Crisma, têm caráter sacramental. Antigamente,
os Óleos eram guardados dentro de um pequeno sacrário (custódia), costume este que está voltando em muitas comunidades,
como sinal de respeito.
As
Bênçãos dos óleos são com finalidade sacramental, quer dizer, para uso no sacramento,
devendo ser queimado logo em seguida. Não há bênçãos de óleos pela rádio e nem
mesmo nas missas para que as pessoas levem para as casas para ungir doentes,
por exemplo.
Adentramos
o mistério do sacrifício pascal de Cristo. Não há missa em nenhum lugar do
mundo neste dia. Há somente a Proclamação da Palavra, desde antiquíssima
tradição. A celebração é composta de três partes: Liturgia da Palavra, Adoração da Cruz e o Rito
da Comunhão. Celebramos nesse dia não o sofrimento de Cristo, mas sim
seu sacrifício de amor para nossa redenção que culminará na sua Pascoa,
plenitude da vida.
A
assembleia reunida e iluminada pela Palavra e pela Prece (as orações feitas,
como a oração Universal), se enriquece e é interpelada pela Palavra e pelo
exemplo de Cristo. É preciso olhar hoje o sofrimento imposto sobre o povo, como
a injustiça, a negação ao acesso ao bem comum da pátria, a corrupção, a
autossuficiência e outros males que vão solapando a dignidade humana.
Acompanhamos este dia com jejum e abstinência
de carne, que devem nos lembrar que nossa vida deve ser também doação.
Desde
o século II este dia foi dia de jejum pleno, como também dia de alitúrgico, ou
seja, sem celebração Eucarística. Terminava com uma Vigília que adentrava na
madrugada do domingo com a Celebração Eucarística.
Nesse dia aqueles que seriam batizados, os
catecúmenos, ficavam reunidos e realizavam os atos definitivos, através dos
quais expressavam ou manifestavam sua adesão a Jesus Cristo. Todos os ritos
batismais ali se realizavam plenamente. O próprio fazia-se presente nesse
encontro, pois esse fato realizava-se em Roma como no também no Oriente.
Eia,
pois o sentido de fazermos a Renovação das Promessas Batismais no Sábado Santo.
Além do sentido histórico, recordamos nossa vida banhada na vida de Cristo
Ressuscitado. Esse é momento altamente nobre de nossa fé.
“A
Igreja permanece ao lado do sepulcro do senhor, meditando Sua paixão e morte,
abstendo-se da missa (a mesa fica sem toalha e ornamentos)
até a solene vigília ou espera noturna da ressurreição” (O Casel, La fête de Pâques dans l’Eglise des Pères)
Santo
Agostinho chama essas noite de Sábado Santo de “a Noite santa que é mãe de todas as Vigílias”. Eis, pois, o segundo
dia.
Nele se
realiza o Rito Pascal. É a Vigília Pascal, noite santa, noite bela,
incomparável. A Vigília Pascal é riquíssima em seus símbolos e em sua
manifestação de fé. É uma Liturgia que se foi enriquecendo ao longo do tempo.
Ela nos faz como que mergulhar em três dimensões teológicas insuperáveis: memória-presença
–espera enriquecida com a realidade de Cristo, Aquele que foi crucificado, mas
agora ressuscitado, Ele é nossa Páscoa. Iniciar essa celebração na escuridão,
iluminada pela luz do Círio Pascal é uma das maiores expressões de nossa fé: o
Cristo ressuscitado, a luz do mundo! Esse clima e sentido devem invadir
toda a celebração da Vigília Pascal, e devemos estar conscientes disso. Eis,
pois porque o Círio é colocado no centro do presbitério.
Enriquecemo-nos
nessa celebração com a Palavra que nos traz à memória de toda a História da
Salvação, como Deus foi fazendo Sua Aliança eterna de amor e de misericórdia. O
Rito da Renovação das Promessas Batismais vem nos lembrar que somos o Povo novo
do Senhor, o povo a nova e eterna Aliança, em seu Filho Jesus Cristo. Somos
testemunhas de Sua ressurreição e comprometidos com Seu Reino. Ser batizado é
comprometer-se com o Reino anunciado e vivido por Jesus. Ainda, a Liturgia
Eucarística manifesta o grande dia esperado, o “dia que o Senhor fez para nós”. Tudo
o que a Igreja realiza durante todo ao tempo, converge para esse momento e
parte dele sempre.
Estes
são apenas alguns apontamentos do Triduo Pascal, para ajudar a vive-lo com
intensidade, pois não é possível dizer esse grande mistério de nossa fé com
palavras. As palavras ajudam-nos a perceber a imensidão, a nobre e a singeleza
da verdade da fé em Cristo ressuscitado. Faça-o verdadeiramente Senhor da sua
vida e seja feliz Nele, pois só Nele há futuro. O Espirito de Cristo
ressuscitado muda o coração humano, dá-lhe liberdade que redime e liberta de
toda a escravidão. Dá-lhe a verdadeira libertação pascal.
DOMINGOS PASCAIS: É como
se fosse um só dia prolongado. Por isso 2º, 3º...Domingo da Páscoa e NÃO DEPOIS
da Páscoa.
Em
todos, solenizar a entrada do Cirio Pascal, acendendo-o na porta da Igreja após
dizer: “Sois o sol da justiça, o dia que jamais escurece, a
luminosa estrela da manhã/”
OITAVA DA PÁSCOA
Durante uma semana se vive o dia de Páscoa, uma
semana em um dia, um dia vivido em uma semana.
Quando a Festa é grande não pode acabar logo, é
preciso vivê-la intensamente, imensamente, eternamente!
Toda esta semana é o DOMINGO DA PÁSCOA!
ENTRE A VIDA E A MORTE A VIDA É MAIS FORTE!
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