domingo, 14 de dezembro de 2014

TERCEIRO DOMINGO DO ADVENTO



Irmãos, estai sempre alegres! Orem sem cessar. Daí graças em todas as circunstancias, porque essa é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo” (Ts 5,16-18)

            O terceiro domingo do Advento, no qual pode ser usado a cor litúrgica roxo ou o róseo é chamado DOMINGO GAUDETE Isto se dá em virtude do intróito (O “Intróito” seria o “canto inicial” da Missa, acompanhado pela melodia gregoriana. No ambiente paroquial esse “introito” é quase sempre substituído por um canto popular) da Missa desse dia que, em latim, se diz Gaudete in Domingo sempre iteumdico, gaudete. Domingo eninprope est. Trata-se de um trecho de Filipenses 4,4-5 que, traduzido significa Alegrai-vos sempre no Senhor, isto mesmo vos digo, alegrai-vos. O Senhor está perto. Como o verbo iniciail é o verbo gaudere, que no imperativo fica gaudete,  essa primeira palavra acabou dando o “nome” a esse domingo. Nesse domingo, semelhante o que acontece no domingo Laetare, na Quaresma, nos alegramos pela proximidade da grande solenidade que estamos a esperar, no caso o Natal do Senhor.
           
            A primeira leitura, um trecho chamado “Trito-Isaias”, nos apresenta nos dois primeiros versículos, a vocação do profeta. O profeta foi ungido, ou seja tornou-se um “Messias”, foi envolvido com o espírito de Deus para anunciar a boa nova aos pobres, curar as feridas da alma, pregar a redenção dos cativos, dar liberdade aos presos, a proclamar um ano de graça do Senhor, O segundo trecho lido nesta liturgia, os vv. 10-11, trazendo uma ação de graças. Para expressar a intensidade de sua ação de graças o autor sagrado utiliza, como é próprio no hebraico, a expressão Exultando, exultei”, que em português, o nosso lecionário traduz como Exultando de alegria”. O autor sagrado quer destacar a alegria do profeta, que percebe a salvação vinda de Deus como uma “veste”  de salvação, como um “manto” de justiça, como os “adornos de uma noiva ou de um noivo”. Por fim, a leitura termina com a proclamação da ação gloriosa de Deus, que fará sua “justiça” e seu “louvor” aparecer na terra diante de todas as nações. O texto do lecionário traz o tema hebraico “theilá” por glória, embora o seu sentido seja “oração de louvor”.
            Essa leitura, está conectada com o mistério que estamos para celebrar. A justiça de Deus, o seu louvor, é o Cristo, que, no mistério do seu Natal, foi manifestado na terra adiante de todas as nações. Em Cristo é que a justiça do Pai, que é Salvação, se manifestou para nós. O sacrifício do Senhor, sua cruz, foi o máximo de louvor oferecido ao Pai no Espírito. A liturgia da Igreja é sempre atualização desse mistério único, porque só assim o Pai pode ser perfeitamente louvado. Em Lc 4, 18-21, Jesus vai dizer que essa profecia se realizou plenamente Nele.
         
   Assim sendo podemos já nas proximidades da celebração do nascimento do Salvador nos unir a Maria, no sei canto de ação de graças. O Salmo Responsorial desse domingo é formado por versículos do Magnificat que, embora não seja um salmo, é um cântico de louvor encaixado dentro da narrativa do terceiro evangelho. Ali Maria canta a Deus seu louvor, porque Ele voltou seu olha para os humildes, para os sedentos de justiça. No Magnificat Maria reconhece a grandeza de Deus que operou nela maravilhas. Com Maria devemos alegrar-nos, atendendo ao convite do apóstolo na segunda leitura: Estai sempre alegres! Orai sem cessar. Daí graças em todas as circunstancias, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo”. E o motivo da nossa alegria é a chegada do esperado das nações” (Cf. Gn 49,10)
            O evangelho de hoje nos faz olhar mais uma vez para a figura de João Batista. Os vv. 6-8 pertencem ao chamado “prólogo de João” onde o evangelista desenvolve o tema da pré-existência de Cristo: “No principio era o Verbo...” Ouvimos hoje os dois versículos do prólogo que fazem menção a João. João veio como “testemunha”,  para dar “testemunho da luz”. João não era a luz, mas veio dar “testemunho da luz”.
            Nos versículos 19 a 28 temos a descrição do seu testemunho. João começa dizendo que João Batista veio como testemunha e, agora, ele descreve como que concretamente esse testemunho se deu. João está batizando e, ao ser perguntado se ele era o Messias ou o profeta, pronta e humildemente ele nega e diz a verdade sobre si mesmo: “Eu sou a voz que grita no deserto, aplanai o caminho do Senhor”.
João Batista, anuncia ainda que o seu batismo é prefiguração de um outro porque depois virá alguém maior, do qual ele se sabe indigno de desatar até mesmo a correia dos calçados.
            Somos chamados nesse tempo do Advento a imitáramos as virtudes das personagens bíblicas com as quais vamos travando contato através da escuta cotidiana da Palavra de Deus. João Batista é, sem dúvida, uma figura eminente. Assim como ele, também nós somos chamados a ser “testemunhas da luz”. A luz é o Cristo. O próprio Credo Niceno-Constantinopolitando nos ilustra isso quando diz que Ele, o Cristo é “Luz da Luz”. Ele veio iluminar os homens, mas quer escolher alguns para serem suas testemunhas. Não somos a luz, não somos perfeitos, erramos e muito, mas devemos buscar acertar e jamais podemos nos calar e deixar de testemunhar.
            O testemunho pode sair caro, pode custar a nossa própria vida. Foi assim, ao menos, com João batista, mas o medo não pode nos paralisar. Se Deus quer contar conosco devemos nos engajar no seu projeto amoroso a fim de sermos suas autenticas testemunhas.
            Assim como João precisamos reconhecer a verdade sobre nós mesmos. Nós não somos os salvadores, mas somos servos daquele que veio nos salvar. Nós não somos a verdade, mas somos mensageiros da VERDADE, Cristo, que quer contar conosco para levarmos adiante a Boa Nova do seu Evangelho.
            Que os dias que ainda restam neste tempo de Advento sejam uma oportunidade para nos encontramos com a VERDADE que é o Cristo. Que Ele que é Luz, ilumine as trevas do nosso coração, e nos leve a uma atitude firme e verdadeira de conversão. Que sejamos suas “testemunhas” a fim de espalharmos no mundo a Boa Nova da salvação





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