Lema: FRATERNIDADE E JUVENTUDE
Tema: “Eis-me aqui. Envia-me” (Is 6,8)
Vamos refletir, de forma resumida, o que nos propõe o texto- base da Campanha da Fraternidade 2013, conhecendo um pouco a realidade da juventude.
MUDANÇA DE ÉPOCA
Vivemos em um mundo globalizado, em que todos são afetados por tudo o que acontece em qualquer lugar.
“Vivemos uma mudança de época, e seu nível mais profundo é o cultural. Dissolve-se a concepção integral do ser humano, sua relação com o mundo e com Deus” (Doc. Aparecida, 44).
Onde outrora existiam valores e critérios que definiam dada realidade ou o modo de proceder, agora há uma diversidade de propostas aceitas como válidas, num contexto de abertura a experimentações.
O FORTE IMPACTO NAS PESSOAS
l A religião sofre um impacto ainda maior do que as outras áreas
l Relação com o sagrado sem vínculo com a Instituição
l Fé individualista
l Crise de valores / vida sem critérios
l Alteração dos papéis dos pais e da escola
l Avanço tecnológico / relações virtuais
FRAGILIZAÇÃO DOS LAÇOS COMUNITARIOS E NEGAÇÃO DA VIDA
l Relativismo e fundamentalismo
l Sistema econômico neoliberal
l O “ter” é mais importante que o “ser”
l Presença comunitária sem vida comunitária
l Fragilidade dos laços comunitários e sociais
l Ações e projetos concretos e imediatos
l Envolvimento dos jovens em grupos culturais e lúdicos
l A atuação social da juventude é bem diversificada
l Quando bem orientados, não se deixam manipular
A CULTURA MIDIÁTICA
l Os jovens, que até então recebiam a informação de modo passivo, passam a utilizar as novas tecnologias, dominando-as.
l As redes sociais ganham considerável destaque.
REDES SOCIAIS COMO AMBIENTE
l Nossos jovens não vivem mais sem os instrumentos tecnológicos.
l Comunicar não é apenas uma questão instrumental, mecânica, é inter-relacional, é “vida”.
l Há que se considerar o risco do jovem querer e necessitar estar sempre conectado e privilegiar essa forma de encontro, em detrimento da presencial.
AS NOVAS GERAÇÕES DIANTE DA SOCIEDADE
v Os jovens exigem cada vez mais um falar e ouvir, um ouvir e falar – o diálogo nasce e cresce a partir da relação natural de interatividade.
v Se antes os pais eram os detentores do conhecimento, os filhos, agora, podem partilhar com eles o que descobrem a partir da interação na rede.
v Na educação os adolescentes e jovens passaram a ser coagentes e não meros espectadores.
v Os jovens que crescem na cultura midiática acreditam firmemente que o planeta lhes pertence. Eles são mais sensíveis à ecologia; percebem que a ameaça à natureza pode gerar insegurança.
v Os jovens gostam de viajar, de interagir com pessoas de outros países. A experiência de voluntariado lhes tem permitido conhecer outras nações e culturas, aprender novos idiomas, investir na própria educação e ganhar experiências profissionais.
AS NOVAS GERAÇÕES DIANTE DA IGREJA
l O avanço tecnológico não impede uma atitude de fé.
l O envolvimento dos jovens na Igreja deve ser visto a partir da interatividade nas relações. Eles desejam ser ouvidos e querem ser participantes das atividades da Igreja: liturgia, catequese, pastorais sociais e outras atividades.
l Para a Igreja, a utilização das redes sociais aproxima os jovens da missão de evangelizar a todas as gentes.
l “A vós, jovens, que vos encontrais quase espontaneamente em sintonia com estes novos meios de comunicação, compete de modo particular a tarefa da evangelização deste ‘continente digital’.” (Papa Bento XVI)
FENÔMENO JUVENIL
l Os jovens são notícia quase que diária em veículos de comunicação. Mesmo sendo idealizados nos comerciais, como modelos de beleza, de vigor, de saúde e de liberdade, nos noticiários são apresentados, muitas vezes, como violentos, desordeiros, libertinos e voltados às drogas.
Faz-se necessário perguntar:
l O que temos oferecido aos nossos jovens?
l A que experiências eles são submetidos em suas famílias e instituições de ensino?
l Que propostas temos para nossos adolescentes e jovens?
l Em 2007 a CNBB chegou a afirmar:
“Chama a atenção a ausência de padres que abracem um trabalho de acompanhamento sistemático dos jovens. Os religiosos e leigos também estão muito distantes [...] Há, no entanto, necessidade de resgatar no coração de todos a paixão pela juventude”.
l Apesar das dificuldades encontradas nas várias dimensões da existência, os jovens demonstram grande força, motivação e entusiasmo pela vida. Numa era de mudanças, nós nos deparamos com os grupos juvenis e as atividades coletivas que se fortalecem nesse contexto.
ESTATISTICAS
l Entre os grupos mais atraentes para os jovens o grupo religioso aparece com 81,1%
l O temor a Deus está entre os quatro valores mais importantes para os jovens com 44% das indicações.
l 54,9% dos jovens são católicos
l 84,35% dos jovens vivem no meio urbano
l 30,7% dos jovens já estão na posição de chefes de domicílio e/ou de cônjuges
l Entre as mortes de jovens, 40% são por homicídio
EIS-ME AQUI. ENVIA-ME
l Em nossa época, cujo maior desafio é acompanhar a velocidade das mudanças em todas as esferas da vida humana, desponta a urgente necessidade de aprofundarmos o tema da juventude à luz das Sagradas Escrituras, da Tradição e do Magistério da Igreja.
l Deus nunca deixou de confiar nos jovens e de reconhecê-los como grandes transformadores da realidade.
l No livro do Gênesis, a jovem Rebeca responde de maneira firme e decidida ao convite para se casar com Isaac. É exemplo de jovem e mulher fiel a Deus e corajosa em suas decisões (cf. Gn 24)
l José do Egito é exemplo do jovem capaz de promover a reconciliação com os irmãos, de assumir papel social em seu tempo e de superar dificuldades.
l Samuel é modelo de jovem que assume uma vocação religiosa. Ele aprende a discernir a voz de Deus e se torna um importante líder religioso de seu povo.
l Davi, mesmo desacreditado por ser jovem, mostrou inteligência, vontade e coragem para enfrentar Golias. Representa o povo fraco e oprimido na construção de um reinado marcado pelo crescimento e pela felicidade de sua nação.
l Salomão é o jovem rei que solicita a Deus o dom da sabedoria. Sua postura, diante do alto cargo que assumiu, convida nossos jovens a
não temerem assumir
seus postos
no exercício da
cidadania.
l O episódio dos sete jovens irmãos do Segundo Livro de Macabeus é um dos trechos mais comoventes da Sagrada Escritura, retratando as convicções de jovens que, mesmo sofrendo, foram fiéis a Deus e às tradições de seu Povo até o martírio.
l Ester é modelo de jovem fiel ao povo.
l Daniel intervém de forma corajosa em favor de Susana.
l Ezequiel é o profeta que revela que a fidelidade de Deus à aliança é mais forte do que a infidelidade do seu povo.
l Isaías, autor da frase escolhida para ser o lema desta CF era jovem quando aceitou o convite de Deus para ser profeta em Israel.
l Maria de Nazaré é a jovem que recebe um papel fundamental na História da Salvação, apresentando-se com fé, obediência, coragem e liderança.
l São João Evangelista: o mais jovem dos apóstolos e o amigo mais íntimo de Jesus
l São Marcos: sua maneira de redigir aquilo que viu e ouviu de Jesus quando ainda era adolescente, pode garantir-nos que era jovem, dada a vivacidade de seus relatos.
l São Paulo Apóstolo: jovem perseguidor da Igreja, converteu-se radicalmente ao Evangelho. É exemplo de jovem capaz de mudar de vida, abandonando os caminhos da morte.
l Santa Inês: com apenas 13 anos foi decapitada com uma espada. É considerada padroeira da pureza e da castidade.
l São Domingos Sávio: Faleceu com apenas 15 anos. Empenhou-se nos deveres de estudante e no serviço aos colegas, ensinando-lhes o Catecismo,
assistindo os doentes, pacificando as brigas.
• São Luís Gonzaga: Reagiu contra a futilidade de seu tempo, escolhendo o
caminho de Cristo. Faleceu aos 25 anos, quando era estudante de Teologia, enfraquecido e extenuado pelo trabalho que suportou socorrendo os contagiados pela peste.
l Beato José de Anchieta: considerado o “Apóstolo do Brasil”. Foi enviado ao Brasil, como missionário, com 19 anos de idade.
l Beata Chiara Luce Badano: aos 10 anos viveu uma experiência forte de encontro com Deus que mudou a sua vida e a de seus pais. Aos 18 anos, os médicos lhe diagnosticaram um tumor ósseo. Viveu com valentia cada uma das etapas de sua dolorosa doença. Morreu aos 19 anos.
l A busca de modelos pelos jovens é uma porta que se abre para lhes apresentarmos a pessoa de Jesus Cristo. Nesse sentido, um importante desafio da evangelização junto aos jovens consiste em ajudá-los a escutar a voz de Cristo em meio a tantas outras vozes.
l Usando criatividade pastoral, é importante testemunhar Jesus Cristo como Aquele que compartilha a vida, as angústias e esperanças de seu povo.
l O projeto de Jesus Cristo deve ser apresentado como modelo de projeto de vida para os jovens.
l Certamente o encontro com Jesus Cristo não pode ser algo abstrato. Exige a capacidade de escutar a voz de Deus no meio das circunstâncias próprias de nosso tempo, impregnado de elementos desafiadores da pós-modernidade e das redes sociais.
l Certamente o encontro com Jesus Cristo não pode ser algo abstrato. Exige a capacidade de escutar a voz de Deus no meio das circunstâncias próprias de nosso tempo, impregnado de elementos desafiadores da pós-modernidade e das redes sociais.
“A juventude mora no coração da Igreja”. (CNBB – Evangelização da Juventude).
Essa afirmação nos faz pensar que jamais poderíamos deixar passar um jovem sem dizer-lhe o quanto Jesus o ama.
Na dinâmica da criação, cada pessoa é uma mensagem única e profunda de Deus para a história e para a humanidade. Também o jovem é a voz de Deus e, por isso, precisa ser escutado.
l “A Igreja fez a opção preferencial pelos jovens de todas as condições sociais, mas especialmente pelos que sofrem porque desconhecem a verdade e caminham desorientados pelas estradas da vida; pelos abandonados e os que padecem diante das injustiças humanas”. (João Paulo II em sua mensagem por ocasião da CF 1992)
l A igreja é a grande catequista dos jovens, ajudando-os a crescer diante de Deus e dos seres humanos.
l Os jovens precisam fazer a experiência da fé, muito mais do que apenas compreendê-la racionalmente.
l A igreja deve ser, para o jovem, o lugar do conhecimento e da experiência, do encontro e da amizade.
l A Igreja no Brasil, com a escolha desse tema para a CF 2013, renova sua confiança no jovem, capaz de ouvir e de responder aos mais nobres convites que a vida lhe faz.
l A atuação de inúmeros jovens na Igreja e na sociedade, de maneira responsável e criativa, nos dá provas suficientes de sua capacidade de entrega generosa e repleta de alegria ao projeto de Deus.
v Converter-se aos jovens: a conversão pastoral não deve ser compreendida apenas como uma mudança externa, mas como uma atitude de conversão interior, que brota do encontro pessoal de cada cristão com o Ressuscitado: “Rasgai não só as vossas vestes, mas também os vossos corações” (Jl 2,13).
v A Igreja precisa dos jovens
v Devemos acolhê-los afetiva e efetivamente
v A sociedade precisa aproximar-se do mundo juvenil.
v A juventude é um ciclo da vida e precisamos ajudar o jovem a encontrar o seu caminho, construir sua personalidade de forma autêntica e sincera.
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